Eu sempre quis saber
Porque você se foi
Agora não adianta
Vir falar sobre nós dois
Não quero ouvir você dizer
Que precisava de espaço
Que queria só um tempo
Mas meu tempo é escasso
E eu não posso mais perdê-lo
Escutando suas mentiras
Trocou todo o meu zelo
Pra viver na padaria
Pedindo os beijinhos
Do filho do português
Aquele luso desgraçado
De quem eu sempre fui freguês
Não é só porque o portuga
É poeta e manda flor
Quer dizer que eu não consiga
Expressar o meu amor?
Aquele dia eu te juro
Que quem estava lá comigo
Naquele beco escuro
Era um metaleiro amigo
E o dinheiro que eu tinha
Para comprar nossa aliança
Eu achei melhor doá-lo
Pro Criança Esperança
Sei que é inacreditável
Mas você nunca me da razão
Por isso minha boneca inflável
Esta sempre em ação
Apesar de tudo isso
Sinto falta de você
Um coitado submisso
Inconformado em te perder
E quando entro na padoca
Lembro o que você me fez
Trocou o meu pãozinho
Pela baguete do português.